Inteligência artificial “revive” líder falecido em uma era obscura de propaganda eleitoral fraudulenta

Um ex-general do exército, outrora temido por seu governo autoritário de mais de três décadas na Indonésia, faz uma aparição póstuma em um vídeo de campanha política que está viralizando nas redes sociais. No entanto, esse líder não está mais entre os vivos.

No vídeo de três minutos, que já acumulou mais de 4,7 milhões de visualizações, um homem se apresenta como Suharto, o segundo presidente da Indonésia. No entanto, é evidente que não se trata do verdadeiro Suharto, conhecido como o “General Sorridente” devido ao seu sorriso constante, apesar de seu governo autocrático. Suharto faleceu em 2008, aos 86 anos.

O vídeo foi criado usando deepfake, uma tecnologia de inteligência artificial que clona o rosto e a voz das pessoas. Ele foi divulgado antes das eleições de 14 de fevereiro por Erwin Aksa, vice-presidente do Golkar, um dos maiores partidos políticos da Indonésia.

Embora o partido não tenha lançado seu próprio candidato à presidência, ele está apoiando Prabowo Subianto, um ex-general do exército durante o regime de Suharto e ex-genro do próprio Suharto. A intenção do vídeo era clara: incentivar os eleitores a apoiar o partido associado a Suharto.

No entanto, o uso de deepfakes para manipular eleitores gerou críticas. Muitos indonésios consideraram inapropriado e éticamente questionável reviver um ditador falecido para fins políticos.

Esse incidente destaca o papel crescente da tecnologia na política indonésia, com deepfakes sendo apenas uma das muitas ferramentas usadas por partidos políticos para influenciar os eleitores. A rápida disseminação desses vídeos online representa um desafio significativo para a integridade das eleições.

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