Incidentes de racismo nas finais da Liga Uruguaia de Basquete geram debate nacional

No último domingo (16), durante uma das finais da Liga Uruguaia de Basquete entre Peñarol e Aguada, uma série de incidentes envolvendo cantos racistas da torcida do Aguada contra Jayson Granger, jogador do Peñarol, desencadeou um debate sobre racismo e discriminação no Uruguai. Apesar de mais de 8% da população do país ter ascendência africana ou negra, conforme o censo de 2011, essas questões raramente são discutidas publicamente.

Em resposta aos incidentes, a Comissão Honorária contra o Racismo, a Xenofobia e todas as outras formas de Discriminação emitiu um comunicado repudiando os cantos racistas e solicitando que as autoridades competentes investiguem e punam os responsáveis de acordo com os protocolos e regulamentos desportivos vigentes. Além disso, a comissão planeja coordenar ações com a Federação Uruguaia de Basquete e a Secretaria Nacional de Esportes para promover uma campanha pública contra a discriminação.

Jayson Granger, em declarações anteriores, denunciou os insultos racistas que enfrentou durante os jogos e expressou surpresa com a falta de ação imediata contra tais comportamentos. Os jogadores Granger e Santiago Vidal foram intimados a depor devido aos eventos, embora o processo por supostas ameaças de morte tenha sido arquivado.

O clube Aguada negou as acusações de insultos racistas por parte de Vidal, enquanto ambos os jogadores expressaram seus pontos de vista sobre o assunto. A ONG Mundo Afro também se pronunciou contra os incidentes, exigindo medidas rigorosas para punir os responsáveis e criticando a falta de políticas eficazes para combater o racismo no esporte e na sociedade em geral.

No último jogo das finais, os jogadores do Peñarol entraram em campo vestindo camisetas com a mensagem “Não ao racismo”, em um gesto simbólico de solidariedade e protesto contra a discriminação racial.

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